quarta-feira, 4 de junho de 2014

04/06/2014 10h53 - Atualizado em 04/06/2014 14h58

Polícia é chamada para conter rebelião no presídio de Montes Claros

Tropa de choque e Gate estão no local desde a manhã desta quarta (4).
Segundo a Administração Prisional, detentos colocaram fogo em colchões.

Michelly OdaDo G1 Grande Minas
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Tropa de choque se prepara para entrar nos pavilhões (Foto: Michelly Oda / G1)Tropa de choque se prepara para entrar nos pavilhões (Foto: Michelly Oda / G1)
A Tropa de Choque e o Grupo de Operações Táticas Especiais (Gate) foram chamados para conter uma rebelião no presídio regional de Montes Claros (MG), na manhã desta quarta-feira (4).
Segundo Alexandre Guerreiro, presidente da associação dos agentes penitenciários, foi feita uma denúncia de que a rebelião seria realizada hoje. Quando os agentes iniciaram vistorias nos pavilhões A, B, E e F, os presos se negaram a sair das celas.
Policiais de helicóptero também ajudaram a conter a rebelião  (Foto: Michelly Oda / G1)Policiais de helicóptero também ajudaram a conter
a rebelião (Foto: Michelly Oda / G1)
 Após a negativa dos detentos, uma revista geral está sendo realizada. As primeiras informações são de que foram apreendidos seis celulares.
Familiares dos presos confirmam que a rebelião já estava sendo planejada. Os motivos seriam constrangimentos durante a revista, que antecede as visitas, e falta de água para o banho. Os presidiários também reclamam da comida que é servida.

"Eles fritam o frango por fora, mas por dentro a carne está crua. Além disso chegam a ficar sem tomar banho, porque a água não é suficiente para todos", fala a esposa de um dos internos, que prefere não se identificar. 
"Temos que agachar e mostrar as partes íntimas, muitas vezes, quando eles desconfiam levam as mulheres para o hospital para ver se não há nada dentro delas. Nem as idosas escapam disso", fala Jéssica da Silva.
Na porta do presídio, parentes dos detentos reclamavam da falta de informação sobre a rebelião. "Como fico sem notícias do meu filho, sem saber se está vivo ou morto?", questiona a doméstica Ana Cardoso.
Familiares dos detentos esperavam por notícias (Foto: Michelly Oda / G1)Familiares dos detentos esperavam por notícias
(Foto: Michelly Oda / G1)
"Sou de Pirapora, saí de casa de madrugada. Trouxe alguns produtos de higiene e nem sequer pude entregá-los para o meu marido que foi transferido para cá desde a semana passada. A gente chega aqui e fica sem saber de nada", diz Jéssica da Silva.
Atendimento cancelado

Durante a manhã, procedimentos como o cadastro de visitantes, entrega de documentos e soltura de presos não foram realizados.

"Vim para colher assinaturas de dois detentos e conversar com outros dois, mas lamentavelmente está havendo a rebelião e não tive como fazer nenhum dos dois procedimentos", fala o advogado Luiz Henrique Xavier.
"Estou com o meu marido para ser solto hoje, fui até a portaria e me disseram que isso só vai poder ser feito amanhã", conta uma mulher prefere manter o anonimato.
"Estou aqui desde cedo para fazer o cadastro de visitante, mas vou ter que voltar para casa, não disseram nada, apenas para voltar no dia seguinte", diz outra esposa de detento.
O que diz a direção do presídio
A Subsecretaria de Administração Prisional disse em nota que o episódio foi um "princípio de tumulto" e confirmou que tudo começou após os presos resistirem à entrada de agentes nas celas. Ainda de acordo com a Suapi, os internos colocaram fogo em pedaços de colchões, mas a situação foi prontamente contida pelos agentes penitenciários, com o apoio do Grupo de Intervenção Rápida (GIR) do Sistema Prisional e Polícia Militar.
A Suapi disse também que não houve feridos e vai ser instaurado um Procedimento Interno para apurar as circunstâncias do ocorrido.
Cães também foram utilizados pelos agentes (Foto: Michelly Oda / G1)Cães também foram utilizados pelos agentes (Foto: Michelly Oda / G1)













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